Ataque em série matou jornalistas e civis em Khan Younis; Israel reconhece ofensiva e alega que local tinha equipamento do Hamas.
Um ataque aéreo israelense contra o Hospital Nasser, em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, deixou ao menos 20 mortos, entre eles cinco jornalistas, e dezenas de feridos nesta segunda-feira (25). O bombardeio ocorreu em duas etapas, prática conhecida como double tap, estratégia considerada ilegal pelo direito internacional quando o objetivo é atingir equipes de resgate, imprensa ou civis.
Segundo testemunhas, após a primeira explosão, profissionais de saúde e jornalistas se mobilizavam para socorrer feridos quando um segundo míssil atingiu o local. Imagens captadas por repórteres mostram o momento em que o trabalho de resgate foi interrompido por uma nova detonação.
➡️ O Exército de Israel admitiu a ofensiva e declarou que identificou uma “câmera instalada pelo Hamas” nas proximidades, usada para monitorar as tropas. O governo israelense classificou o episódio como um “acidente trágico”, mas não especificou o alvo militar pretendido.
O hospital atingido era o único ainda em operação no sul de Gaza. De acordo com a Defesa Civil local, já é a 26ª vez que equipes de resgate sofrem ataques durante missões.
Entre os mortos estão profissionais que prestavam serviços para a Reuters, a Associated Press (AP) e a Al Jazeera. A agência Reuters confirmou a morte de Hussam al-Masri e informou que outro colaborador, Hatem Khaled, ficou ferido.
A Associação de Imprensa Estrangeira e o Comitê para a Proteção de Jornalistas (CPJ) condenaram a ação e pediram investigações. A ONU também reagiu com firmeza.
“O secretário-geral António Guterres condena veementemente o assassinato de civis, profissionais de saúde e jornalistas em Khan Younis”, declarou a porta-voz da ONU, Stephane Dujarric.
O presidente dos EUA, Donald Trump, disse estar “descontente” com o episódio e voltou a cobrar negociações para libertação de reféns em poder do Hamas.
O presidente da França, Emmanuel Macron, classificou o ataque como “intolerável”, destacando a importância da liberdade de imprensa em zonas de guerra.
Diversas entidades internacionais denunciaram o ataque como violação das Convenções de Genebra.
📌 Desde 7 de outubro de 2023, mais de 240 jornalistas palestinos foram mortos em Gaza, segundo o Sindicato dos Jornalistas Palestinos.
📌 Israel restringe a entrada de correspondentes estrangeiros no território, obrigando grandes veículos internacionais a contratar repórteres locais para cobrir o conflito.
📌 O ataque ocorre em meio à intensificação da ofensiva terrestre israelense, com tanques se posicionando na fronteira.
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