Em ofício encaminhado a estatal o Ministério de Minas e Energias solicita a convocação de Assembleia Geral Extraordinária para substituição do presidente Roberto da Cunha Castello Branco.
A manobra política feita pelo presidente Jair Bolsonaro foi estratégicamente pensada e começa com a afirmação do próprio Presidente no meio da semana, quando anunciou zerar os impostos federais sobre o diesel e gás de cozinha. Bolsonaro deixou claro que haveria mudanças na Petrobras. Ontem o Presidente indicou João Francisco Ferreira como diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, através de ofício do Ministério de Minas e Energia. Ferreira vai substituir Joaquim Silva e Luna, que foi indicado também nesta sexta-feira para a presidência da Petrobras, substituindo Roberto Castello Branco, que estava no cargo desde janeiro de 2019.
Em nota a Petrobras informou que recebeu ofício do Ministério das Minas e Energia, solicitando providências a fim de convocar Assembleia Geral Extraordinária, com o objetivo de promover a substituição e eleição de membro do Conselho de Administração, e indicando Joaquim Silva e Luna, em substituição a Roberto da Cunha Castello Branco. Segundo a nota "ademais, a União propõe, em função da última Assembleia Geral Ordinária ter adotado o voto múltiplo, que todos os membros do Conselho de Administração sejam, imediatamente, reconduzidos na própria Assembleia Geral Extraordinária, para cumprimento do restante dos respectivos mandatos".
O ofício solicita ainda que Joaquim Silva e Luna seja, posteriormente, avaliado pelo Conselho de Administração da Petrobras para o cargo de Presidente. A Petrobras esclarece que o presidente Roberto Castello Branco e demais Diretores Executivos da empresa tem mandato vigente até o dia 20 de março de 2021.
O general Joaquim Silva e Luna indicado de Bolsonaro faz parte de uma estratégia do governo de colocar militares em postos de comando das estatais. Ele será o primeiro militar a assumir a da Petrobras desde 1989, quando o oficial da Marinha Orlando Galvão Filho deixou o cargo.
Joaquim tem pós-graduação em Política, Estratégia e Alta Administração do Exército pela Escola de Comando e Estado-Maior do Exército. Também é pós-graduado, pela Universidade de Brasília (UnB), em Projetos e Análise de Sistemas. Durante a carreira no Exército, Silva e Luna comandou o 6º Batalhão de Engenharia de Construção (1996-1998), em Boa Vista (RR), e a 16ª Brigada de Infantaria de Selva (2002-2004), em Tefé (AM).
General da reserva do Exército, Silva e Luna foi o primeiro militar a exercer o cargo de ministro da Defesa, no governo do ex-presidente Michel Temer. Ele assumiu o cargo em janeiro de 2018 em substituição a Raul Jungmann.