Investida faz parte da “guerra contra cartéis” na América Latina; secretário de Guerra dos EUA compara alvos a terroristas da Al-Qaeda
Governo Trump intensifica ataques a barcos próximos à Colômbia e afirma ter matado 14 pessoas
Investida faz parte da “guerra contra cartéis” na América Latina; secretário de Guerra dos EUA compara alvos a terroristas da Al-Qaeda
O governo do ex-presidente Donald Trump anunciou novos ataques navais no Oceano Pacífico, nas proximidades da costa da Colômbia, que deixaram 14 mortos na última segunda-feira (27). A informação foi confirmada nesta terça (28) pelo secretário de Guerra dos Estados Unidos, Pete Hegseth, que afirmou que as embarcações atacadas seriam operadas por traficantes de drogas.
De acordo com Hegseth, foram realizados três ataques letais contra quatro barcos, por determinação direta de Trump. O secretário não apresentou provas das alegações, limitando-se a dizer que os veículos haviam sido rastreado por serviços de inteligência antes da ofensiva. Uma pessoa sobreviveu e foi resgatada com apoio do Exército americano e de autoridades mexicanas.
“Ontem, por determinação do presidente Trump, o Departamento da Guerra realizou três ataques cinéticos letais contra quatro embarcações operadas por Organizações Terroristas Designadas que traficavam narcóticos no Pacífico Oriental. (...) Todos os ataques ocorreram em águas internacionais, sem baixas entre as forças dos EUA”, declarou Hegseth em comunicado publicado no X (antigo Twitter).
Os ataques integram uma nova fase da ofensiva militar americana contra cartéis latino-americanos, com o governo Trump declarando estar em “guerra contra o narcotráfico internacional”. Somando as ações recentes, já são 14 embarcações destruídas — oito no Caribe e seis no Pacífico — e mais de 50 mortos.
Hegseth também voltou a comparar os ocupantes dos barcos a terroristas da Al-Qaeda, afirmando que o exército continuará a “rastrear e eliminar” os envolvidos.
Desde o início de outubro, navios e caças norte-americanos têm sido deslocados para o Caribe e o Pacífico em operações ordenadas diretamente por Trump, sob o argumento de bloquear o tráfico de drogas para os EUA. No entanto, parte da imprensa americana e de analistas internacionais avalia que o verdadeiro objetivo pode ser pressionar o regime de Nicolás Maduro, na Venezuela.
Relatórios da ONU também colocam em dúvida a narrativa do governo Trump. O Relatório Mundial sobre Drogas 2025, da agência das Nações Unidas para Drogas e Crimes (UNODC), aponta que o fentanil, principal responsável pelas overdoses nos Estados Unidos, é produzido majoritariamente no México, país vizinho da costa oeste americana — e não em rotas que passam pela Colômbia.
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