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Mansões, carros de luxo e avião: imagens mostram rotina de suspeitos de tráfico de drogas no RS

Operação policial prendeu 58 pessoas durante a semana no Rio Grande do Sul e em outros três estados. Grupo utilizaria bloqueadores de sinal para impedir realização de audiências judiciais.

Novo Hamburgo - RS, 25/04/2022 10h39 | Por: Redação | Fonte: G1

Os acusados sãos suspeitos de integrar uma facção criminosa, alvo da maior operação já realizada no Rio Grande do Sul, ostentando carros de luxo, mansões, festas e até um avião utilizado para transporte de drogas. 

A operação ocorreu na última terça-feira (19) e apreendeu mais de R$ 50 milhões em dinheiro e bens, além de prender 58 suspeitos no RS e no Paraná. O alvo é um grupo especializado em lavagem de dinheiro e que possui conexões com traficantes da Bolívia e do Paraguai.

Em uma mansão de Novo Hamburgo, na Região Metropolitana de Porto Alegre, a polícia prendeu provisoriamente um dos chefes da quadrilha, Maurício de Souza Konzen. Imagens mostram o homem usando uma tornozeleira eletrônica enquanto estava na piscina do imóvel. A Defensoria Pública diz que só vai se manifestar nos autos do processo e aguardar se o suspeito será atendido pela instituição ou por um advogado particular.

Em Porto Alegre, a polícia também entrou em residências de alto luxo utilizadas pela facção. Em uma delas, um bar impressionava pela quantidade de bebidas, além de relógios, correntes de ouro e revólveres.

Números da operação

Ordens judiciais 1.366
Prisões 58
Quebras de sigilo Mais de 600
Mandados de busca e apreensão 273
Valor de bens apreendidos R$ 50 milhões
Contas bancárias congeladas 90
Veículos apreendidos 102
Imóveis sequestrados pela Justiça 38

Em outro imóvel, Larissa Pascoal da Silva foi presa em um apartamento. No local, foi encontrado um urso de pelúcia com mais de R$ 40 mil no interior do objeto. A defesa da suspeita diz que não teve acesso ao processo e que só vai se manifestar nos autos.

A mulher costumava enviar vídeos dirigindo carros para o companheiro, Thiago Silva Cruz, outro chefe da facção, que já estava preso. Em relação a ele, a Defensoria Pública afirma que só vai se manifestar no processo.

Aviões

Conforme a Polícia Civil, o grupo usava até aviões para trazer drogas ao Rio Grande do Sul. Era comum que as aeronaves sobrevoassem locais públicos. Em uma troca de mensagens, um dos pilotos chega a combinar com Thiago um sobrevoo sobre a penitenciária em que estava.

"Manda a localização aí, que eu vou passar voando aí em cima daqui a pouco", diz o áudio.

Um dos responsáveis pela investigação, o delegado Gabriel Borges, destaca que a atitude é uma forma de demonstrar poder.

"Um sobrevoo em cima de uma casa prisional, com uma aeronave carregada com drogas, é sim uma forma de tentar demonstrar o poder que esse crime organizado tem conseguido lograr nos últimos tempos, e também de certa forma de se afrontar o próprio sistema de justiça no sentido de que eles confiam na sua atuação e que não serão pegos", aponta.

A investigação sustenta que a quadrilha montava departamentos para cuidar das operações. O tráfico de cocaína, segundo a polícia, era a principal atividade do grupo.

"A atuação da facção é empresarial. Então, essa capilaridade deles é muito grande no Sul do Brasil, podemos dizer isso. Tanto no narcotráfico, como nos crimes patrimoniais -- importante frisar: roubo de veículo, roubo, tudo isso. Eles buscam esses crimes que dão lucro, pegam esses valores e lavam esses valores. Dissimulando, ocultando. Abrindo negócios, comércios. Comprando veículos, comprando imóveis, terrenos", explica Mário Souza, diretor da 2ª Delegacia Regional Metropolitana.

A polícia encontrou provas de que a facção já estaria em contato com traficantes da Bolívia, ligados ao cartel mexicano de Sinaloa. Os bolivianos usavam até submarinos para enviar drogas para o México e os Estados Unidos.

"O que elas buscam é se consolidar com a busca de droga direta na Bolívia para o Rio Grande do Sul e Sul do Brasil, e também eles já têm movimentos para começar a fazer uma colocação de drogas também em outros países", destaca Souza.

O dinheiro da venda dos entorpecentes financiaria a compra de armas, que podiam ser usadas pela própria facção ou alugadas para assaltos e roubos.

"São armamentos de grosso calibre inclusive. Armamentos restritos. Muitos que são utilizados unicamente pelas Forças Armadas", detalha o delegado Gabriel Borges.

Para lavar o dinheiro do tráfico e dos roubos, a facção investia em pedras preciosas, diz a polícia. Além disso, o grupo contava com um esquema de falsificação de documentos e de adulteração de carros roubados para vendê-los em concessionárias.

Audiências sabotadas

Ainda, a organização chegou a utilizar bloqueadores de sinais para soltar integrantes em prisão provisória. O aparelho bloqueava o sinal de videochamadas utilizado pela Justiça, forçando o adiamento de audiências.

"Era justificado que não havia como prolongar um pedido de prisão provisória de um indivíduo em razão de problemas técnicos", explica o delegado Gabriel Borges.

Cerca de 1,3 mil agentes participaram da operação, em 38 cidades de quatro estados.

 

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