Ministro do STF afirma que ofensivas contra as Cortes são financiadas e motivadas pela força institucional do Poder Judiciário
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, declarou nesta terça-feira (2) que o Judiciário brasileiro se tornou alvo de ataques constantes por causa de sua força institucional, que, segundo ele, é superior à de sistemas judiciais de outros países. A afirmação ocorreu durante o 19º Encontro Nacional do Poder Judiciário, organizado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Durante o discurso, Moraes afirmou que pesquisas recentes sobre a percepção pública do Judiciário precisam ser analisadas levando em conta mais de dez anos de campanhas organizadas de desinformação financiada contra as instituições.
Segundo o ministro, as redes sociais têm sido usadas para tentar deslegitimar não apenas a Justiça Eleitoral, mas todo o sistema judicial. Ele avaliou que, embora a tentativa seja global, ela se intensificou no Brasil porque, em sua visão, o Judiciário brasileiro é o mais forte do mundo.
Para ele, essa força deriva, principalmente, da atuação articulada entre tribunais e da existência do CNJ, que promove unidade administrativa e disciplinar. Moraes também destacou que a independência judicial, por não depender de eleições ou pressões externas, acaba gerando resistência de grupos organizados.
O ministro afirmou que setores economicamente influentes, no Brasil e no exterior, estariam por trás das campanhas de ataques. Segundo ele, tais grupos se opõem à atuação das instituições quando estas buscam garantir igualdade e liberdade de forma ampla.
Moraes também criticou a disseminação de conteúdos sobre o funcionamento do Judiciário por pessoas sem formação adequada, ressaltando que muitos influenciadores que comentam decisões das cortes sequer conhecem a estrutura dos tribunais.
Na semana anterior, o ministro determinou o encerramento do processo relacionado ao chamado “núcleo 1” da tentativa de golpe de Estado, autorizando a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros seis investigados. O grupo é acusado de organizar ofensivas contra o STF e a Justiça Eleitoral desde 2021.
Também recentemente, a Suprema Corte tornou o deputado federal Eduardo Bolsonaro réu em ação que o acusa de atuar, junto ao influenciador Paulo Figueiredo, para articular sanções econômicas contra o Brasil nos Estados Unidos, com objetivo de interferir no andamento das investigações sobre a trama golpista.
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