Deputado discursou em conferência conservadora e criticou Alexandre de Moraes, acusando o STF de perseguição política contra seu pai e a direita brasileira
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) discursou nesta quinta-feira (20) em um dos maiores eventos da direita internacional, a CPAC (Conferência de Ação Política Conservadora), nos Estados Unidos. Durante sua fala, ele criticou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e pediu orações por seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), admitindo a possibilidade de sua prisão.
“O ex-presidente Jair Bolsonaro corre o risco de ser preso com as mesmas acusações falsas que são usadas contra líderes de oposição na Venezuela, Cuba e Nicarágua. E isso não é tudo. O sistema judiciário se tornou uma ferramenta de perseguição em todos os níveis”, declarou Eduardo Bolsonaro.
O parlamentar rejeitou as acusações feitas pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que denunciou Jair Bolsonaro por suposta participação no planejamento de um golpe de Estado. Eduardo afirmou que o Brasil se tornou um “laboratório para a instrumentalização do Judiciário” e que decisões judiciais têm sido usadas para silenciar opositores políticos.
Durante seu discurso, Eduardo Bolsonaro acusou Alexandre de Moraes de promover censura contra a direita brasileira e de usar seu cargo para interferir no cenário político do país.
“Alexandre de Moraes não é um oficial eleito: é um juiz da Suprema Corte que se deu poder ilimitado para decidir quem pode falar, quem pode se candidatar a cargos e até quem pode ser preso sob sua supervisão. São juízes e burocratas, não o povo, que decidem quem está apto a concorrer”, afirmou.
Ele também mencionou o embate entre Moraes e Elon Musk, dono do X (antigo Twitter), citando a ordem do ministro para bloquear a rede social no Brasil após a empresa descumprir decisões judiciais.
Sem apresentar provas, Eduardo Bolsonaro também afirmou que autoridades dos Estados Unidos teriam forjado documentos de imigração para alegar que Filipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro, viajou ao país para escapar da Justiça brasileira. Além disso, acusou organizações brasileiras de receberem recursos da Usaid (Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional) para influenciar as eleições de 2022.
Ao encerrar seu discurso, Eduardo Bolsonaro afirmou que, caso seu pai não consiga disputar as eleições de 2026, o Brasil poderá sofrer forte influência da China. Ele também pediu apoio internacional para uma anistia aos presos pelos atos de 8 de janeiro.
“Rezem pelo meu pai. Rezem pelos brasileiros que estão presos em consequência dos eventos de 8 de janeiro. Estamos buscando anistia no Congresso e esperamos muito apoio de vocês fora do Brasil, pois vocês sabem o que isso representa”, concluiu.