Conhecido nacionalmente por sua atenção voltada às denúncias que considera serem "aporofóbicas", padre de São Paulo gera polêmica em Tubarão-SC.
Nesta semana as pessoas de Tubarão viram-se envolvidas numa polêmica gerada a partir da crítica feita pelo padre Júlio Lancelloti, de São Paulo. Ele classificou um banco de instalado no calçadão de “instrumento para separar pobres”. Natural que muitos foram ao debate, alguns criticando o padre, outros mantendo-se na linha de raciocínio dele.
O religioso é seguido por mais de um milhão de pessoas, em suas redes sociais, onde divulga o seu trabalho na Pastoral do Povo da Rua de São Paulo. Ele lembra que não precisa procurar por cenas que demonstrem a prática da aporofobia no país, mas que recebe dezenas de mensagens todos os dias, numa evidência de que a denúncia partiu de alguém de Tubarão.
A foto publicada pelo padre Júlio Lancelotti está em centenas de redes sociais. – Foto: Redes sociais padre Júlio Lancelloti
O banco a que o padre se refere está no calçadão e sugere espaço para três pessoas. A divisória é feita por duas barras de madeira que alguns, nas discussões de redes sociais, chamaram de pontiagudas, mas que são em forma convexa. Há pessoas dizendo que a separação é para manter o distanciamento em virtude da pandemia. O município informou que não recebeu nenhuma manifestação a respeito.
Naturalmente nas redes sociais do padre há muito mais gente criticando a cidade, mas deve-se considerar também que em muitos perfis conferidos pelo blog, são pessoas de outras cidades e estados.
Já entre os tubaronenses surgiu outra discussão, esta remetendo ao fato de que igrejas católicas usam grades para isolar as escadas de acesso em virtude dos casos de pessoas em condição de rua que dormiam nestes locais tornando-os inacessíveis.
Outro aspecto relevante em defesa da cidade é que o calçadão não é um local com frequência tão relevante da população em situação de rua. Este público costuma permanecer mais tempo em locais como as redondezas do Museu Willy Zumblik. Há quem considera ainda que a foto publicada pelo padre não dá segurança de que o banco seja da cidade de Tubarão, já que não aparece nela nenhum ponto de referência identificando a sua localização.