Segundo dados da Associação das Instituições de Microcrédito e Microfinanças da região Sul do Brasil (Amcred), no último ano, 49,12% dos contratos do Juro Zero são realizados por mulheres.
Fomentar o empreendedorismo, estimular a formalização e promover o desenvolvimento da economia catarinense. Esses são os objetivos do programa Juro Zero em Santa Catarina que este mês completa 10 anos no apoio ao microempreendedor individual, disponibilizando empréstimos de até R$ 5 mil para pequenos negócios do estado. E neste ano, o Governo vem atuando para tornar o programa uma política pública de incentivo e na formalização do Microempreendedor Individual.
Das 1.077.712 empresas ativas no estado, quase 500 mil são MEIs, sendo que alguns já acionaram o Juro Zero. Geser Luciano de Souza começou o negócio como microempreendedor e hoje se tornou microempresário (ME). Quando estava no início, Geser, de Blumenau, fez duas operações com o programa. Ele começou atividades em 2011, desenvolvendo um molde de grampo fixador de telha, contra vendavais. Na época, ele trabalhava como funcionário, mas reuniu recursos e conseguiu patentear o produto.
“Apesar de algumas dificuldades, em 2014 consegui abrir um CNPJ como MEI, as portas foram se abrindo e comecei a atender outras empresas, emitindo nota fiscal eletrônica e com o Juro Zero, a empresa foi expandindo”, conta.
Geser procurou uma instituição de microcrédito que sugeriu a ele fazer uma nova operação para injetar os recursos na empresa e realizar os projetos que estavam em mente. Então, o MEI começou a entrar na linha moveleira, fabricando também pezinhos para sofás e móveis. A empresa, em Blumenau, prosperou e, em 2020, o faturamento ultrapassou o limite de MEI, obrigando Geser mudar o porte da empresa para uma Microempresa (ME).
Segundo dados da Associação das Instituições de Microcrédito e Microfinanças da região Sul do Brasil (Amcred), no último ano, 49,12% dos contratos do Juro Zero são realizados por mulheres. Os outros 50,87% são homens. Paulo Henrique Jurgensen já foi MEI e também usou o Juro Zero em dois momentos do seu negócio. Morador da região de Campo Alegre, Paulo começou a perceber a falta de hotéis e o potencial do local em que mora para o turismo com a construção de um autódromo. Primeiramente, decidiu alugar a chácara da mãe que é destinada para criação de animais e hortaliças para o consumo. Em 2019, virou MEI, montou uma casa rústica ao lado da chácara da família e começou a alugar.
Em 2020, com a pandemia, sofreu um pouco, mas teve uma outra ideia: expandir o seu negócio para um site de locação de imóveis para todos da região. “Assim muitos moradores que estavam com dificuldades financeiras, poderiam alugar por meio do meu site, gerando renda não só para mim, mas para a vizinhança e obter uma renda extra”. O negócio cresceu justamente na pandemia e ele teve que mudar do MEI para uma empresa limitada.
Atualmente, além dos imóveis de locação de final de semana, ele tem ainda imóveis de locação semestral para pessoas que querem ter um lar rural aos finais de semana. Utilizou do Juro Zero para reformas nos imóveis, troca de móveis e até uma piscina. “Sem sombra de dúvidas o Programa Juro Zero, em 2019, foi o meu pontapé inicial para regularização, e expansão”, conta.