Viúva de sargento morto em resgate cobra Justiça e indenização do Estado

A viúva do sargento do Corpo de Bombeiros Militar, Anderson Martins Cardoso, entrou com uma ação indenizatória contra o Estado de Santa Catarina, buscando responsabilização de agentes públicos por suposta omissão na ocorrência que resultou na morte do militar, no último dia 1º de junho, em Tubarão. A informação foi divulgada pelo jornal Diário do Sul.

Anderson, de 52 anos, estava de folga e utilizava um carro de aplicativo quando presenciou um homem pulando da ponte do bairro Morrotes. O sargento, que também atuava como coordenador regional da Defesa Civil, tentou resgatar o homem, mas ambos acabaram se afogando.

De acordo com a advogada da família, Aline Marques, o Corpo de Bombeiros foi acionado, mas os agentes demoraram a agir. Segundo ela, vídeos da ocorrência mostram que 1 minuto e 40 segundos se passaram entre a chegada da equipe e a entrada do primeiro agente no rio, enquanto Anderson ainda estava visível. As gravações também apontariam conversas sobre falta de preparo e equipamentos.

Antes da chegada dos bombeiros, dois policiais militares tentaram o resgate, mas não conseguiram retirar o sargento da água.

O inquérito militar que investigava a atuação dos bombeiros foi arquivado sem responsabilizações, o que causou revolta na família. Já a investigação criminal, conduzida pela Polícia Civil, segue em andamento, tratando o caso sob a ótica de homicídio doloso por omissão.

“É importante enfatizar que o objetivo da viúva é alertar a corporação de que um erro grave ocorreu – e que não pode se repetir. (...) É muito doloroso perceber que o sargento Anderson dedicou sua vida à corporação, mas não foi salvo por ela quando podia e devia ter sido”, declarou a advogada ao Diário do Sul.

Fabíola Claudino Sampaio afirma que também pretende entrar com uma ação criminal após a conclusão do inquérito. Para ela, a busca por justiça é uma forma de honrar a memória do marido e evitar que outras famílias passem pelo mesmo sofrimento.

“Essa busca por justiça é, antes de tudo, uma forma de honrar a vida do meu esposo. (...) Talvez acharam que o homem era um suicida, mas todos merecem ser tratados iguais. (...) Só quero que as ações sejam assumidas, responsabilizadas, e que erros não sejam encobertos. Eles precisam ser punidos”, declarou Fabíola.

O caso levanta questionamentos sobre os protocolos de emergência e a necessidade de revisão de condutas dentro das corporações responsáveis pelo atendimento de ocorrências de risco.

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