Chefe do Executivo defendeu, neste domingo (15), que inquérito sobre as eleições de 2018 seja aberto e transparente
O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, neste domingo (15), que o inquérito que apura se ele divulgou informações sigilosas durante uma live com um parlamentar aliado é "ostensivo", mostrou detalhes da investigações, atacou o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e disse ter pena de cidadãos que pedem o fechamento de Poderes da República e a volta da ditadura militar.
Durante conversa com apoiadores e a imprensa na Praça dos Três Poderes, em Brasília, Bolsonaro comentou o inquérito, do qual é alvo, que apura a divulgação de informações sigilosas de uma investigação que tramita na Polícia Federal e no TSE.
“O inquérito que eu tive acesso através do deputado Filipe Barros era ostensivo”, alegou o presidente. “Vão falar que eu estou vazando dados sigilosos, mas um grupo de hacker ficou oito meses dentro do TSE. Mais ainda, usaram a senha do ministro [Sérgio Silveira] Banhos”, continuou.
Bolsonaro, que deu os detalhes durante uma live com o deputado federal Filipe Barros (PL-PR), cometeu crime de violação de sigilo funcional, segundo a corporação. A Corregedoria da PF, por sua vez, concluiu que o inquérito não estava sob sigilo judicial e, sim, funcional.
"Uma empresa terceirizada para entrar dentro do TSE. De onde é essa empresa? Quem contratou?", questionou o presidente. "O que nós queremos, já que os três ministros do Supremo no momento querem transparência, esse inquérito tem que estar aberto. A suspeita está lá. Dados fornecidos pelo TSE que as eleições de 2018, que foram atípicas, foi casada com a nossa, porque os titulares perderam o mandato, que suspeita de fraude. O próprio TSE disse isso", completou.
Bolsonaro voltou a falar em eleições limpas e que o Poder Executivo, o qual coordena, não é puro. "Não é porque uma pessoa fala uma coisa ali que eu vou acreditar. Eu vou ter que acreditar no senhor Barroso, Fachin, Alexandre de Moraes [ministros do STF]? Eles têm todo direito de defender a instituição. Todo direito. Agora não posso falar que o Poder Executivo é puro, que não comete deslize, eu não posso falar isso. E a mesma coisa outras instituições", afirmou.
A reportagem acionou o TSE e aguarda retorno. O espaço está aberto para manifestação.
Ditadura militar
Diversas manifestações foram registradas pelo país nas datas comemorativas de 7 de Setembro (Dia da Independência) e 1º de Maio (Dia do Trabalhador). Nos atos, muitas pessoas pediam a volta da ditadura militar, saíram em defesa do AI-5, o ato mais duro durante a gestão dos militares, e clamavam pelo fechamento de Poderes da República, como o Supremo Tribunal Federal.
"Só um psicopata ou imbecil para dizer que os movimentos de 7 de setembro e 1º de maio são atos que atentam contra a democracia. Você acha que tem repercussão? Um maluco levanta uma faixa de AI-5. Existe AI-5? Tem que ter pena dessas pessoas, e não querer prender. Usar o seu poder para humilhar, tirar a liberdade, multar essa pessoa. Quem levanta uma faixa do artigo 142? Pô, não está na Constituição? Então apresente uma PEC para mudar isso", defendeu Bolsonaro.