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POLÍTICA

Lula recebe apoio do PDT, Ciro e Cidadania para o segundo turno; Bolsonaro é escolhido por Garcia, Moro e Zema

Dois dias após a votação do primeiro turno, forças políticas se movimentam para alinhar as posições para a disputa final. PSDB decidiu liberar diretórios estaduais para apoiar quem quiserem no segundo turno.

Brasília - DF, 05/10/2022 09h15 | Atualizada em 05/10/2022 09h20 | Por: Redação | Fonte: G1
Segundo turno começa com indicações de alianças ao candidato Lula e ao Presidente Bolsonaro. Foto: Divulgação

Esta terça-feira (4), dois dias após a votação do 1º turno, tem sido de intensas movimentações das forças políticas sobre os alinhamentos para o 2º turno da eleição presidencial.

O ex-presidente Lula (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) vão disputar o segundo turno das eleições. Lula teve 57,2 milhões de votos (48,4%), e Bolsonaro, 51,07 milhões de votos (43,2%).

O candidato do PT recebeu o apoio formal do PDT, de Ciro Gomes (PDT) e do Cidadania.

O presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição, foi escolhido pelo senador eleito Sergio Moro (União Brasil) e pelo governador reeleito Romeu Zema (Novo). Também recebeu o apoio do governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), que não chegou ao segundo turno da disputa pelo estado.

Reeleito governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, que é do mesmo partido de Bolsonaro, esteve em Brasília para reafirmar seu apoio ao presidente da República.

Em reunião na tarde desta terça (4), o PSDB decidiu liberar os diretórios estaduais do partido para apoiar quem quiserem no segundo turno. No primeiro turno, o PSDB estava na campanha de Simone Tebet (MDB).

Em nota, o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, afirmou que o partido também vai liberar seus filiados para apoiarem Lula ou Bolsonaro.

De acordo com o blog da Andréia Sadi, o comitê de Lula espera que o MDB libere seus diretórios nesta quarta-feira (5) e, em ato contínuo, Simone Tebet declare seu apoio ao petista.

O anúncio do PDT veio após reunião da Executiva do partido no final da manhã desta terça. No primeiro turno, o PDT teve o ex-governador do Ceará Ciro Gomes como candidato à Presidência da República. Ele ficou em quarto lugar, com 3,5 milhões de votos (3%).

"Uma hora e meia de reunião com toda a Executiva Nacional do partido, mais os presidentes estaduais, os presidentes de movimentos, os deputados federais de mandato, senadores. E tomamos uma decisão unânime, sem nenhum voto contrário, a decisão de apoiar o mais próximo da gente, que é a candidatura do Lula", afirmou o presidente do PDT, Carlos Lupi. "Bolsonaro, na nossa opinião, representa o atraso do atraso do atraso desse país, um aspirante a ditador, malversador do dinheiro público, um homem da falsa fé cristã", disse Lupi. "Nosso trabalho para derrotar Bolsonaro tem que ser a prioridade absoluta. Derrotar Bolsonaro é uma causa nacional, uma causa da pátria, uma causa dos democratas", completou.

Derrotado na corrida pelo Palácio do Planalto, o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) publicou um vídeo nas redes sociais, nesta terça-feira, de apoio à candidatura de Lula. Ciro evitou citar o nome do ex-presidente, afirmando que "acompanha a decisão do partido".

A decisão foi divulgada menos de uma hora após o PDT declarar apoio a Lula. "Lamento que a democracia brasileira tenha afunilado a tal ponto que reste para o brasileiro duas opções, a meu ver, insatisfatórias", disse. "Ao contrário da campanha violenta da qual fui vítima, nunca me ausentei ou me ausentarei da luta pelo Brasil. Sempre me posicionei e me posicionarei na defesa do país contra projetos de poder que levaram o país a essa situação grave e ameaçadora."

Ciro diz ainda que "frente às circunstâncias", o apoio a Lula era a "última saída".

A decisão do Cidadania de apoiar o candidato petista foi tomada em uma reunião da Executiva do partido.

"Decidiu pelo apoio ao candidato do PT no segundo turno. Uma decisão que foi quase por unanimidade. Tivemos 3 votos defendendo neutralidade. Unanimidade contra Bolsonaro", declarou Roberto Freire, presidente da legenda.

Freire já havia declarado apoio pessoal à Lula na última segunda-feira (3).

No Twitter, Moro disse que Lula não é uma opção e que o governo do petista foi marcado pela corrupção.

"Contra o projeto de poder do PT, declaro, no segundo turno, o apoio para Bolsonaro", publicou Moro.

 

Serra e Armínio Fraga

A lista de apoio à candidatura do ex-presidente Lula no 2º turno ganhou também os nomes do senador José Serra (PSDB-SP) e do economista Armínio Fraga, presidente do Banco Central (BC) durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. "Não vou me alongar sobre o tema. Diante das alternativas postas, votarei em Lula. E, pela mesma razão, em São Paulo, meu voto será em Tarcísio de Freitas", escreveu o senador Serra em nota.

Nome importante da gestão de FHC, Armínio Fraga enviou mensagem para o g1 confirmando a decisão, que foi noticiada inicialmente pelo Estadão/Broadcast.

“Vou declarar apoio a Lula. Pensei em anular para indicar pouca confiança nos dois finalistas, pensando nas oportunidades desperdiçadas pelo PT no poder. Não vejo uma margem suficiente e, como já disse, os riscos aumentaram”, contextualizou Armínio ao Estadão.

Romeu Zema, reeleito em primeiro turno com 56,18% dos votos válidos, anunciou o apoio a Bolsonaro após uma reunião com o presidente no Palácio da Alvorada, em Brasília. Braga Netto, candidato a vice na chapa do PL, também participou do encontro. "Não poderia também deixar neste momento de estarmos aqui, colocando as nossas divergências de lado, eu sempre dialoguei com o presidente Bolsonaro. Sabemos que em muitas coisas convergirmos e em outras, não. Mas é o momento em que o Brasil precisa caminhar para frente, e eu acredito muito mais na proposta do presidente Bolsonaro do que na proposta do adversário [Lula]", afirmou Zema

Ele declarou ter herdado uma "tragédia" do governo petista de Fernando Pimentel em Minas Gerais e que esse foi um dos motivos que o levou a Brasília para declarar apoio ao candidato do PL.

Castro também teve uma reunião com Bolsonaro nesta manhã, no Palácio do Planalto, em Brasília. Depois, eles deram uma rápida entrevista coletiva para a imprensa. "Eu, como sou do partido do presidente, sou apoiador do presidente. Não tinha como não vir aqui e me esforçar muito para que o Rio seja a capital da vitória do presidente Bolsonaro", disse o governador, ao lado de Bolsonaro.

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