Presidente faz declaração polêmica em encontro de líderes do Caribe em Georgetown
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chamou novamente a atenção ao classificar a guerra na Faixa de Gaza como genocídio durante seu discurso na reunião de líderes do Caribe em Georgetown, capital da Guiana, nesta quarta-feira (28).
"Uma guerra na distante Ucrânia afeta todo o planeta, porque encarece os preços dos alimentos e dos fertilizantes. O genocídio na Faixa de Gaza afeta toda nossa humanidade, porque questiona nosso próprio senso de humanidade, e confirma uma vez mais a preferência pelos gastos militares em vez de investimentos ao combate à fome, na Palestina, África, América do Sul e Caribe", afirmou o presidente durante a reunião da Caricom (Comunidade do Caribe).
Lula tem criticado a postura de Israel em relação ao conflito, especialmente após o ataque do grupo terrorista que desencadeou a guerra em 7 de outubro. Suas declarações mais recentes compararam a situação na Faixa de Gaza com as mortes de judeus por Hitler durante a Segunda Guerra Mundial.
Em resposta às repercussões, Lula esclareceu que não usou a palavra "Holocausto" em seu discurso e reiterou a defesa do Brasil pelo cessar-fogo e pela abertura de corredores humanitários.
As autoridades israelenses alteraram o protocolo para reuniões com representantes estrangeiros, decidindo realizar uma reunião com o embaixador do Brasil no Museu do Holocausto em Jerusalém, em resposta às declarações de Lula, o que foi criticado por diplomatas brasileiros.
Além disso, o ex-presidente mencionou outros conflitos mundiais, como o da Ucrânia, alertando para os impactos negativos dessas situações, como a destruição e o aumento dos preços dos alimentos.
Lula destacou a importância da Caricom em seu discurso, ressaltando a necessidade de manter a região como uma zona de paz, apesar das rivalidades geopolíticas.
O ex-presidente viajou para Georgetown para participar da cúpula da Caricom e posteriormente seguirá para São Vicente e Granadinas, onde discutirá o conflito entre Guiana e Venezuela e se encontrará com o presidente Nicolás Maduro.
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