Diretoria de Vigilância Epidemiológica destaca medidas de proteção contra a doença transmitida por carrapatos
Nos últimos dias, a morte de três pessoas por febre maculosa no Estado de São Paulo tem chamado a atenção para os riscos dessa doença. Em Santa Catarina, a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE/SC) esclarece que o estado registrou casos leves da febre maculosa e destaca as medidas de prevenção.
Até o momento, Santa Catarina já registra 18 casos da doença, sendo que cinco deles ocorreram em Blumenau e dois em Jaraguá do Sul. Outras cidades, como Grão-Pará, Orleans, Corupá, Benedito Novo, Canelinha, Joinville, Rio dos Cedros, São Bento do Sul, Urussanga, Luiz Alves e Massaranduba, também tiveram registros.
A febre maculosa é transmitida pela picada do carrapato infectado com a bactéria Rickettsia. A transmissão ocorre quando o carrapato infectado adere ao corpo da pessoa ou quando as bactérias penetram em lesões de pele causadas pelo esmagamento do carrapato. O carrapato-estrela é o principal vetor da doença no Brasil, sendo encontrado principalmente em capivaras.
Existem duas espécies de bactérias associadas aos casos de febre maculosa:
Rickettsia rickettsii, que causa a Febre Maculosa Brasileira (FMB), considerada a forma mais grave da doença, registrada principalmente no norte do Paraná e nos estados da Região Sudeste.
Rickettsia parkeri, que tem sido registrada em ambientes de Mata Atlântica, como Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Bahia e Ceará, e produz quadros clínicos menos graves.
Em 2022, Santa Catarina registrou 41 casos de febre maculosa. Neste ano, já foram confirmados 18 casos até o momento. É importante ressaltar que o estado não possui registros de óbitos relacionados à febre maculosa, devido à bactéria presente ser responsável por casos menos graves. No entanto, é fundamental estar atento à prevenção e aos sintomas da doença, conforme destaca Ivânia Folster, gerente de zoonoses da DIVE/SC.
Os sintomas da febre maculosa incluem febre, cefaleia, mialgia intensa, mal-estar generalizado, náuseas, vômitos, exantema máculo-papular (principalmente nas palmas das mãos e plantas dos pés) e linfadenopatia. Esses sintomas podem aparecer entre o segundo e o 14º dia após a exposição. É importante procurar atendimento médico ao apresentar sinais e sintomas. O médico realizará a avaliação adequada, investigando se a pessoa esteve em áreas de mata, florestas, fazendas, trilhas ecológicas e se houve exposição a carrapatos. Exames serão realizados para confirmar o diagnóstico.
Desde 2022, Santa Catarina é referência na identificação de carrapatos por meio do Laboratório de Entomologia da DIVE/SC. Os carrapatos coletados em ações de vigilância ambiental são identificados e encaminhados para pesquisa de riquétsias no Laboratório de Referência Nacional em Vetores de Riquetsioses, da Fiocruz/Ministério da Saúde.
A prevenção da febre maculosa baseia-se em evitar o contato com carrapatos. Para isso, recomenda-se o uso de roupas claras para facilitar a identificação dos carrapatos, o uso de calças, botas e blusas com mangas compridas em áreas arborizadas e gramadas, evitar caminhar em locais com grama ou vegetação alta, utilizar repelentes de insetos, verificar se há carrapatos no corpo e nos animais de estimação, remover carrapatos com uma pinça, evitando esmagá-los, e lavar a área da picada com álcool ou sabão e água. Quanto mais rápido os carrapatos forem removidos do corpo, menor será o risco de contrair a doença. Após o uso, é recomendado colocar as roupas em água fervente para eliminar os carrapatos.
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