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SAÚDE

Cirurgia intrauterina em feto 20 semanas foi realizada no HNSC

O procedimento buscou desobstruir a saída da uretra do bebê.

Tubarão - SC, 23/08/2022 14h56 | Atualizada em 23/08/2022 14h57 | Por: Redação | Fonte: HNSC
A técnica, uma fetoscopia a laser com ablação de uretra posterior, foi realizada por uma equipe de médicos especialistas liderada pelo cirurgião paulista Mauricio Saito. Foto: HNSC

O procedimento visa amenizar uma obstrução na uretra do bebê, o canal que drena a urina para a cavidade amniótica (bolsa), evitando comprometer a função urinária e pulmonar  Um feto de 20 semanas passou por uma cirurgia intrauterina inédita realizada no Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Tubarão, neste sábado (20).

A técnica, uma fetoscopia a laser com ablação de uretra posterior, foi realizada por uma equipe de médicos especialistas liderada pelo cirurgião paulista Mauricio Saito, um dos únicos que executa cirurgias fetais no Brasil. O procedimento buscou desobstruir a saída da uretra do bebê. “É uma obstrução da bexiga que faz com que haja uma dilatação vesical e de todo sistema urinário até chegar nos rins”, explica o cirurgião. “Deste modo, como a urina do bebê não sai ocorre dilatação da bexiga, dos ureteres e dos rins que resultam em comprometimento da função urinária e se o líquido estiver reduzido, também da função pulmonar”.

O procedimento de Ablação Endoscópica da Válvula de Uretra Posterior é realizado em ambiente hospitalar sob anestesia peridural e sedação da gestante, usando um aparelho muito fino que é chamado de fetoscopio. “Puncionaremos o útero, o abdome fetal e a bexiga do feto”, diz. “Uma vez na bexiga, localiza-se o orifício uretral interno e a válvula de uretra posterior, que é rompida com a aplicação parcimoniosa de laser”. A gestante que passou pelo procedimento, Milena Beltrame, 24 anos, descobriu recentemente o problema de seu bebê e logo a equipe médica que a atendia já providenciou o contato com o dr. Mauricio, levando o caso até o cirurgião.

Ele já tem a rotina de viajar o país realizando cirurgias fetais para estes casos, assim como outros que amenizam e corrigem malformações congênitas por fetoscopia. “A cirurgia fetal hoje é realizada não só para salvar a vida do feto, mas para evitar danos permanentes como correção anatômica da malformação e progressão de doenças. E a vantagem desta técnica é que realizamos a abertura bem no ponto que precisa ser corrigido, tornando este esvaziamento urinário mais funcional possível”, diz. O procedimento teve a participação de uma equipe de especialista em medicina fetal: drª Luiza Poleza e o técnico Roger Froes, que vieram de São Paulo com o cirurgião, e profissionais da região como dr. Thiago R Kerber Corrêa, que identificou o problema da gestante,  drª Francieli Etiane Zago, assim como a ginecologista Lisandra Radaelli. Em quais doenças é indicada: Com o diagnóstico precoce, realizado durante o pré-natal, diversas malformações congênitas podem ser corrigidas, ou amenizadas, pela cirurgia fetal endoscópica ou fetoscopia.  

Exemplos de casos reais incluem Hérnia Diafragmática Congênita, Mielomeningocele, Síndrome da transfusão feto-fetal, Anemia fetal e malformações cardíacas. Em muitos casos, as anomalias com potencial de causarem a morte antes ou logo após o nascimento, ou mesmo interferirem no desenvolvimento do bebê e na qualidade de vida, podem ser corrigidas durante a gestação ou logo após o nascimento, e o princípio da Medicina Fetal está na detecção e prevenção de anomalias fetais, diminuindo a taxa de óbitos neonatais, além de diminuir o tempo de uma eventual permanência do recém-nascido na UTI neonatal.

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