“Março Lilás” é o mês da conscientização sobre o câncer do colo do útero
Como a doença é assintomática em seu estado inicial, é fundamental passar com o ginecologista anualmente para avaliação e para fazer os exames de rastreamento, que devem ser iniciados a partir dos 25 anos de idade e repetidos conforme orientação médica.
“Março Lilás” é o mês da conscientização sobre o câncer do colo do útero, que excetuando-se o câncer de pele não melanoma, é o terceiro tumor maligno mais frequente na população feminina, e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil.
Segunda a médica oncologista do HNSC, dra. Eloisa Lucia Acorsi, a grande maioria dos casos de câncer do colo do útero está associada a infecção pelo HPV (Papilomavírus Humano). A evolução para câncer é lenta, por isso que o rastreamento e a prevenção são tão importantes, já que os exames permitem a detecção precoce de lesões que podem evoluir para câncer se não tratadas adequadamente.
Como a doença é assintomática em seu estado inicial, é fundamental passar com o ginecologista anualmente para avaliação e para fazer os exames de rastreamento, que devem ser iniciados a partir dos 25 anos de idade e repetidos conforme orientação médica. "O Papanicolau é um exame simples, de fácil acesso, e de extrema importância na vida da mulher.
Mediante alterações no Papanicolau, o médico vai solicitar um exame mais específico para visualização e análise do colo do útero, que se chama colposcopia, com a realização de biópsia da região alterada", explica.
Ela ressalta que o vírus do HPV causa lesões no colo do útero, sendo que muitas se resolvem espontaneamente, sem necessidade de intervenção médica. As lesões pré-neoplásicas são preocupantes e precisam de tratamento, pois a evolução destas lesões leva ao câncer de colo uterino.
A oncologista explica que quando diagnosticado o câncer e ele está no estágio inicial nas pacientes que querem ainda ter filhos, pode ser realizado traquelectomia, que é a retirada de uma parte do colo uterino, porém é mais comum a realização de histerectomia. “Em estágios um pouco mais avançados da doença, as pacientes podem ser submetidas a quimio, rádio e braquiterapia. Quando a doença é metastática e atinge outros órgãos, pode ser realizado quimioterapia. O tratamento depende muito do grau de invasão, podendo ser necessário realizar a retirada total colo uterino, ou ainda a retirada total do útero e do colo do útero”.
A principal forma de prevenção do câncer de colo do útero, é a vacina contra o HPV (disponível para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos), podendo prevenir 70% dos cânceres de colo do útero e 90% das verrugas genitais. Outra forma de prevenção está relacionada à diminuição do risco de contágio pelo HPV, que ocorre por via sexual, com o uso de preservativos durante a relação sexual.
Além disso, o exame preventivo (conhecido como Papanicolau), deve ser feito periodicamente por todas as mulheres após o início da vida sexual, pois é capaz de detectar alterações pré-cancerígenas precoces, que se tratadas, são curadas na quase totalidade dos casos, não evoluindo para o câncer.