Em audiência, empresário revela detalhes sobre esquema de corrupção e facilitação de contratos públicos
Durante uma audiência de instrução realizada nesta sexta-feira (18), o proprietário da Versa Engenharia, anteriormente conhecida como Serrana, prestou depoimento no processo de investigação da Operação Mensageiro, na cidade de Imaruí. O depoimento, conduzido de forma online, trouxe à tona revelações sobre um esquema de pagamento de propina ao prefeito Patrick Correa (União Brasil) e outros aspectos obscuros.
O empresário, que se encontra detido no presídio masculino de Joinville, começou seu testemunho alegando não ter conhecimento prévio nem ter encontrado pessoalmente o prefeito de Imaruí. Ele afirmou que outro funcionário da empresa era encarregado de tratar com o poder público.
De acordo com o dono da empresa, em uma conversa entre esse funcionário e o prefeito Patrick Correa, este último teria solicitado R$ 10 mil para manter o contrato da Serrana com a prefeitura. Alegando acordo prévio, o empresário afirmou que efetuou um pagamento de R$ 5 mil.
"O pagamento foi realizado ao longo de dois anos completos. Os valores eram pagos mensalmente, variando em quantidade", declarou.
A soma total da propina atingiu R$ 160 mil, valor destinado a favorecer a empresa nas licitações para prestação de serviços no município, sendo a Versa Engenharia responsável pela coleta de lixo.
Ainda que reconhecendo a irregularidade de suas ações, o empresário admitiu que o pagamento de propina ocorria como forma de agilizar processos burocráticos e garantir contratos de prestação de serviços. "Eu sei que é errado, eu sei que é corrupção. Mas eu pago a propina para não criar dificuldades", afirmou.
A estratégia de lavagem de dinheiro envolvia a emissão de "notas frias" por empresas que prestavam serviços à Serrana, sem de fato executar as atividades. A empresa pagava essas notas e, posteriormente, os valores eram repassados aos envolvidos no esquema, após dedução dos impostos.
O empresário também revelou que o esquema de corrupção se estendia a outras cidades catarinenses, envolvendo políticos e funcionários da Serrana. As investigações apontam para a participação de ao menos 16 prefeitos nesse esquema, além de funcionários da empresa.
A Operação Mensageiro continua em andamento, e novas fases da operação não estão descartadas, podendo resultar em mais prisões. O empresário confirmou que o esquema se estendia por pelo menos 35 cidades de Santa Catarina, onde políticos e colaboradores lucravam em benefício da empresa.
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