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SEGURANÇA

Fantástico expõe caso de suposta seita ligada à extorsão de italianos através de gravidez no Brasil

Empresário italiano acusa ex-namorada de Tubarão de envolvimento em rituais satânicos e fraude, mas Justiça brasileira reconheceu a paternidade da filha; caso envolve calúnia, stalking e fake news

Tubarão - SC, 12/05/2025 10h52 | Por: Redação | Fonte: Fantástico Rede Globo

O programa Fantástico, da TV Globo, destacou na noite deste domingo (11) o caso que já repercutiu bastante aqui na região no começo deste ano: a suposta existência de uma seita que engravida mulheres para extorquir cidadãos italianos para lucro com pensões alimentícias.

Nunzio Bevilacqua, advogado e empresário com negócios no Brasil, foi à imprensa italiana dizer que a gravidez da ex-companheira dele, Bárbara Perito, seria fruto de orgias e ritos satânicos.

Ela, que mora em Tubarão, é descendente de italianos, dá aulas para brasileiros e ensina português para estrangeiros. O italiano Nunzio Bevilacqua se matriculou. Depois de cinco meses, a relação profissional entre os dois começou a ficar pessoal.

Depois de uma viagem com Nunzio pelo Brasil, Bárbara fez um teste de gravidez. "Deu positivo. E ele ficou superfeliz." Mas o advogado Nunzio voltou para Roma e, de lá, insistia que Bárbara fosse atrás dele. Eles começaram a se afastar durante a gestação.

"Comecei a pensar se talvez não seria melhor se eu ficasse na gravidez no Brasil, perto da minha família, porque era uma coisa nova, minha primeira filha, eu não sabia como seria. É tudo muito novo", acrescenta Bárbara. "E ele não aceitou muito bem."

Difamação

"Ele me ligou um dia perguntando se tudo bem se ele não participasse da criação dela, não registrasse e não ajudasse financeiramente. Eu falei: 'Isso aqui não está certo. A gente precisa fazer o que é certo: registrar, acertar convivência, acertar pensão'."

A criança nasceu dois meses depois desse telefonema, em julho de 2022. Nos dias seguintes, Nunzio quis fazer um teste de DNA em São Paulo. Segundo um ex-advogado dele, o local foi escolhido pelo próprio empresário.

O exame confirmou a paternidade. Ele pediu um segundo teste, mas esse pedido foi negado pela Justiça.

Foi o que bastou para Nunzio começar a espalhar aquela história que a RAI acabaria contando no ano passado. O italiano passou a dizer para a imprensa do país que havia uma organização criminosa no Brasil com o objetivo de enganar homens europeus para extorquir o dinheiro deles.

Outros veículos publicaram a história na Itália. Nunzio deu entrevistas, disse que tinha recebido a seguinte denúncia anônima: "A gravidez de Bárbara seria fruto de orgias e ritos satânicos brasileiros que alimentavam uma fábrica de crianças sobrenaturais para lucro com pensões alimentícias".

Nunzio envolveu no roteiro membros do Ministério Público de Santa Catarina, grupos religiosos, médicos, políticos e até mesmo os familiares de Bárbara.

"Ele criou uma narrativa como se no Brasil tudo fosse possível", diz Bárbara. "Seita religiosa, que é uma organização criminosa, em que as mulheres engravidam de um santo por meio de uma fertilização. Ou seja, todas as crianças são filhas do mesmo santo, do mesmo guru. E, depois de dois anos, se a gente não alcança o objetivo, as crianças são vendidas."

Processo

A defesa de Bárbara quer que Nunzio seja responsabilizado criminalmente. Um processo criminal foi instaurado para apurar a possível prática dos crimes de calúnia, difamação e perseguição, o chamado stalking. Todos pela internet, em um contexto de violência doméstica. No início do mês, a Justiça Federal concedeu a Bárbara algumas medidas protetivas.

 

Se vier ao Brasil, Nunzio está proibido de se aproximar de Bárbara e de seus familiares. Além disso, o empresário também está proibido de contatar Bárbara e os familiares por qualquer meio de comunicação.

Nunzio Bevilacqua não tem advogado constituído no processo criminal brasileiro. O Fantástico tentou ouvir a versão dele em Roma, onde ele mora, mas o empresário não quis falar sobre o caso.

Bárbara e a filha, hoje com três anos, vão levando a vida em Tubarão (SC). Ela continua dando aulas e nunca recebeu nenhuma ajuda financeira de Nunzio. Ele ainda não reconhece a paternidade.

Informe Sul

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