A Prefeitura de Capivari de Baixo lançou oficialmente um grande projeto voltado à área: "O reforço à alfabetização no contraturno escolar".
Nesta quinta-feira (8), comemoramos o Dia Mundial da Alfabetização. E, para reforçar esta data tão especial, a Prefeitura de Capivari de Baixo lança oficialmente um grande projeto voltado à área: "O reforço à alfabetização no contraturno escolar".
Os problemas que a pandemia do coronavírus ocasionaram ao sistema educacional brasileiro deverão ser sentidos por um período de até 100 anos. A estimativa foi feita por diversos especialistas na área e, em que pese haver projeções e estimativas um pouco menos impactantes, todas as opiniões convergem no sentido de que os prejuízos causados requerem muito esforço, tempo e competência enormes para recuperar a normalidade no sistema de ensino.
É sabido que o fechamento das escolas por tempo prolongado culminou em macroproblemas no setor: a evasão; queda do desempenho dos estudantes; e desigualdades educacionais já existentes. Estes entraves são sentidos em todas as áreas e períodos, desde a alfabetização até a pesquisa.
E é justamente na alfabetização, a primeira fase de vida social da criança, que a Gestão, por meio da Secretaria Municipal da Educação, pretende intervir de maneira ainda mais ampla. Foi criado então, neste segundo semestre letivo de 2022, o Programa de Reforço à Alfabetização no Contraturno Escolar.
“Nossa proposta educacional é de alfabetizar a criança até o 2º ano do Ensino Fundamental. Isso já era uma proposta arrojada, mas, com a pandemia, tornou-se difícil de atingi-la. Como poderíamos alfabetizar uma criança que, por exemplo, entrou no 1º ano em 2020, ficou o ano inteiro tendo aulas virtuais e, no ano seguinte (2021), até agosto só teve aulas híbridas”, questiona a secretária da Educação, Márcia Roberg Cargnin, que também é vice-prefeita do município e uma das professoras mais experientes da cidade.
A própria gestora pública faz uma triste constatação, mas comum em todos os municípios: “Esta criança não aprendeu a ler e escrever e está muito longe disso. É comum, inclusive, encontrarmos estudantes no 5º ano que ainda não sabem ler e escrever, muito em decorrência dos impactos provocados pela pandemia”, alerta Márcia.
Capivari tem cinco escolas que oferecem Ensino Fundamental I (Santo André, Vitório Marcon, Pequeno Polegar, Stanislau Gaidzinski Filho e Dom Anselmo Pietrulla), mas nem todas possuem um programa de reforço escolar no contraturno.
"Estamos ajustando as coisas de acordo com os recursos humanos. Como o ano letivo está em andamento, precisamos trabalhar com os professores que já estão em sala de aula e, a partir daí, negociar individualmente com quem tem disponibilidade e vontade de trabalhar no contraturno. Este avanço é gradativo e certamente em 2023 conseguiremos alcançar a meta total de unidades com o serviço”, pretende a secretária.