Segundo Polícia Civil, homem escolheu levar embarcação ao mar aberto em Laguna mesmo com condições desfavoráveis. Ele foi denunciado por triplo homicídio.
Bombeiros na época ficaram vários dias procurando mais vítimas. A decisão saiu há exatos oito meses do acidente. Foto: BM O dono da lancha que naufragou em janeiro em Laguna, no Sul catarinense, acidente que causou a morte de um vereador, do filho dele e de um amigo, virou réu, confirmou o Tribunal de Justiça nesta quinta-feira (13). Lembre do acidente
Segundo o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), ele responde por triplo homicídio culposo (quando não há intenção de matar).
A lancha naufragou em 14 de janeiro com sete ocupantes. O vereador de Caçador, no Oeste catarinense, Ricardo de Moraes Barbosa, de 48 anos, o filho dele, Michel Ricardo de Moraes Barbosa de 25, além de um amigo deles, Deivid Fernandes, de 29 anos, morreram após o acidente.
A denúncia foi aceita em 30 de setembro pelo Poder Judiciário.
Investigação
De acordo com a investigação da Polícia Civil, o dono da lancha, um homem de 34 anos, natural de Tubarão, conduzia a lancha com mais seis pessoas a bordo.
Em um determinado momento, apesar das condições náuticas e meteorológicas adversas, ele resolveu ir com a embarcação para mar aberto. Em seguida, fez uma manobra errada com a lancha e foi surpreendido por uma série de ondas, que provocaram o naufrágio.
Ele e mais três homens foram resgatados com vida. O vereador e o amigo morreram no local. Já o corpo de Michel foi encontrado apenas em 3 de fevereiro em Passo de Torres, cidade que fica a cerca de 150 quilômetros ao sul de Laguna.
A investigação indicou que o dono da lancha agiu de forma imprudente e causou as mortes. Ele foi indiciado pela Polícia Civil por triplo homicídio culposo.
O MPSC fez a denúncia contra o homem e acrescentou os crimes de atentado contra a segurança de transporte marítimo e falsidade ideológica. Não foram divulgadas mais informações porque o caso está em segredo.
Acidente
Na tarde de 14 de janeiro, antes do acidente, o vereador havia postado uma foto do grupo da lancha nas redes sociais.
O vereador e o amigo dele foram retirados da água em grau 6 de afogamento, considerado o nível máximo pelos socorristas, e não sobreviveram.
O capitão dos bombeiros Edvaldo Machado afirmou que quatro tripulantes foram encontrados agarrados na embarcação, sem o colete salva-vidas e não sabiam nadar. Eles foram resgatados com vida.
O acidente ocorreu por volta das 15h, na região do Molhes da Barra, no Complexo Lagunar. Segundo os policiais do Serviço de Atendimento e Resgate Aeromédico (Saer), que prestaram apoio na ocorrência, a embarcação virou com a força das ondas. Os bombeiros informaram que a lancha acabou afundando.