Ao lado do caminhoneiro Pedro Füchter Neto, eles explicaram como foram os momentos após a colisão, que ocorreu em janeiro.
A caminhoneira Aline Füchter Ouriques, conhecida como "Musa das Estradas", que sofreu um acidente em Mato Grosso, relembrou os momentos do resgate em um vídeo publicado no YouTube, na segunda-feira (7). Ao lado do caminhoneiro Pedro Füchter Neto, eles explicaram como foram os momentos após a colisão, que ocorreu em janeiro.
Segundo Aline, Pedro dirigia um dos caminhões da frota dela e estava a cerca de um quilômetro de distância quando ocorreu a batida. Ambos são moradores de Tubarão, no Sul catarinense.
"Foi ele que me salvou. Meu tirou das ferragens", disse a caminhoneira.
Veja como ficou o caminhão da Musa das Estradas — Foto: Arquivo pessoal
O caminhoneiro explicou que quando chegou próximo do local da batida notou que tinha muita fumaça.
Ia acontecer um incêndio se não tivesse tirado o cabo da bateria. Fui lá e tirei o cabo da bateria e parou a fumaça. Aí que eu vi ela naquela situação. Entrei em choque, mas me mantive focado porque a missão era tirar ela daqui. Fiz uma avaliação e vi que era possível tirar ela dali, que não tinha nenhum órgão perfurado", afirmou Pedro.
A caminhoneira se envolveu em um acidente com outro caminhão na BR-174, entre Pontes Lacerda e Porto Esperidião, em Mato Grosso, em 13 de janeiro. Uma passageira, amiga da caminhoneira, teve ferimentos leves e não precisou ser hospitalizada. O motorista do veículo atingido não sofreu lesões.
Pedro disse que decidiu retirar Aline do caminhão, uma vez que soube que o socorro na região demorava muito para chegar. Outras pessoas pararam na estrada e também prestaram apoio no socorro.
"Ela gemia muito e não falava nada. Era pelo estado de choque. [...] Eu pensei [na hora de retirar Aline de dentro do caminhão] vou arriscar, vamos optar pelo o que é mais rápido e cômodo para ir direito para o hospital para receber o atendimento", relembrou.
Aline, segundo ele, tinha cortes no cortes no rosto e fraturas. O g1 tentou contato com a caminhoneira e não havia obtido retorno até a última atualização desta reportagem.
Após passar por cirurgias e ter alta do hospital, Aline retornou para Tubarão e chegou no dia 31 de janeiro. No deslocamento até a casa em que reside, a caminhoneira teve que alugar um carro e percorrer mais de 2 mil quilômetros, após ser impedida de embarcar no voo em Cuiabá por conta dos ferimentos.
'Estado de choque'
Pedro conta que os dois iniciaram a viagem, após carregarem os caminhões com soja, por volta das 8h. Ele contou que durante o trajeto os dois mantinham a distância dos veículos de um a dois quilômetros.
Após uma ultrapassagem, no km 239 da rodovia, Aline tomou a frente dele e seguiu viagem. Após atingir o topo de um pequeno morro da pista, ele viu que motoristas que estavam na pista contrária faziam sinais de luz.
Pedro explicou como retirou Aline do caminhão — Foto: Youtube/ Reprodução
"Logo vi que poderia ser um caminhão nosso [o caminhão da Aline]. Na hora me arrepiei muito, entrei em estado de nervosismo. Eu não consegui focar na placa da carreta. O caminhão [da Aline] entrou na pista contrária. Eu não consegui acelerar para o meu caminhão chegar mais perto do acidente. Tudo congelou, tudo parou. Conforme eu fui chegando perto, eu vi que era a placa e entrei em estado de choque", disse.
Quando chegou próximo da colisão, ele percebeu que a amiga da caminhoneira tinha conseguido sair do veículo. Para fazer uma retirada mais rápida, o caminhoneiro lembra que cortou o cinto de segurança da Aline.
"Na hora que eu cheguei já estava a Lauren para fora, o para-brisa quebrou e caiu para frente. Ela estava gritando. Eu não me lembro nem de desligar o caminhão, só desci correndo. A janela do lado da Aline não quebrou e a porta dela amassou pouco. Mas ela estava presa justamente por esta porta. Abri correndo a caixa de ferramentas. Peguei o macaco e quebrei a janela [do passageiro]".