Presidente venezuelano reforça milícia diante de operação antidrogas e ameaça de captura pelos Estados Unidos
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta segunda-feira (19) a mobilização de 4,5 milhões de milicianos em resposta ao que classificou como "ameaças" dos Estados Unidos. O anúncio ocorre após Washington aumentar para US$ 50 milhões a recompensa por informações que levem à captura ou condenação do líder venezuelano e lançar uma operação antidrogas no Caribe.
Em pronunciamento transmitido pela televisão estatal, Maduro disse que a milícia seria ativada e armada para cobrir todo o território nacional. "Fuzis e mísseis para a força camponesa! Para defender o território, a soberania e a paz da Venezuela", afirmou, pedindo também que a classe operária se envolva na formação das milícias.
A Milícia Bolivariana, criada pelo ex-presidente Hugo Chávez, é composta por cerca de 5 milhões de reservistas e integra os cinco componentes da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB). O grupo atua como apoio ao Exército na defesa do país.
Maduro agradeceu às manifestações de apoio dos militares e reforçou o fortalecimento das milícias camponesas e operárias em fábricas e regiões rurais.
O governo dos Estados Unidos afirmou que Maduro representa ameaça à segurança nacional e o classificou como “um dos maiores narcotraficantes do mundo”. Em janeiro, já sob a administração de Joe Biden, os EUA haviam divulgado recompensa de US$ 25 milhões.
O ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, criticou o anúncio norte-americano, chamando as ofertas de "fantasiosas, ilegais e desesperadas", e acusou os EUA de violar o direito internacional e interferir na autodeterminação do país. Outros líderes venezuelanos, como Diosdado Cabello Rondón, também têm recompensas estabelecidas pelos EUA.
Segundo Padrino López, o governo americano demonstra cinismo ao tentar ensinar democracia enquanto desrespeita suas próprias leis, em uma ação que qualificou como “ao melhor estilo faroeste de Hollywood”.
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