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SAÚDE

Regional de Saúde emite alerta sobre caso de Febre Amarela na região

No último dia 8 de novembro, foi comprovada a circulação do vírus da Febre Amarela em Pedras Grandes.

Capivari de Baixo - SC, 10/12/2021 18h00 | Atualizada em 10/12/2021 09h35 | Por: Redação
Na transmissão urbana da febre amarela, a prevenção deve ser feita evitando a disseminação do Aedes aegypti. Foto: Divulgação

O clima quente e de muita chuva nos últimos dias tem favorecido a proliferação de mosquitos, que são transmissores de inúmeras doenças. Nestas condições, segundo a 19ª Gerência Regional de Saúde (Gersa) de Tubarão, a qual Capivari de Baixo é abrangida, os surtos de Febre Amarela, de Dengue e de Leptospirose aumentam consideravelmente.

No último dia 8 de novembro, foi comprovada a circulação do vírus da Febre Amarela em Pedras Grandes - distante apenas 30 quilômetros da cidade termelétrica - por meio do diagnóstico molecular feito pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), do Rio de Janeiro (RJ). O vírus, de acordo com técnicos epidemiológicos, desloca-se cerca de três quilômetros por dia. “Todos os municípios da região (18 na Amurel) devem ficar atentos, principalmente os limítrofes”, diz a nota divulgada pela 19ª Gersa.

Os sintomas da Febre Amarela são, nos casos leves, febre, dor de cabeça, náuseas e vômitos. Os casos graves podem resultar em doenças cardíacas, hepáticas e renais fatais. As pessoas podem ter dores locais: costas, no abdômen ou nos músculos No corpo: calafrios, fadiga, febre, mal-estar ou perda de apetite No aparelho gastrointestinal: náusea ou vômito. Também é comum ter delírio, dor de cabeça, pele e olhos amarelados ou sangramento.

Prevenção

A febre amarela pode ser prevenida por uma vacina extremamente eficaz, segura e acessível, que produz imunidade em 99% das pessoas vacinadas. Em Capivari de Baixo, esta imunização pode ser feita na ESF Três de Maio. Outras dúvidas, basta contatar o posto central: (48) 3623-4837.

Segundo as diretrizes da OMS, uma dose da vacina é suficiente para conferir imunidade sustentada e proteção ao longo da vida. No Brasil, no entanto, o Ministério da Saúde recomenda duas doses, mas as especificações podem variar.

Em áreas de alto risco onde há pouca cobertura vacinal, o reconhecimento imediato e o controle de possíveis surtos por meio de imunizações em massa são essenciais para prevenir uma epidemia.

Na transmissão urbana da febre amarela, a prevenção deve ser feita evitando a disseminação do Aedes aegypti. Os mosquitos se reproduzem em água limpa e se proliferam dentro dos domicílios e suas adjacências. Qualquer recipiente com água limpa e parada, como caixas d'água, latas e pneus, são ambientes ideais para que a fêmea do mosquito deposite seus ovos. Portanto, deve-se evitar o acúmulo de água parada em recipientes destampados.

Vacinas

• A partir dos 9 meses de idade: Dose única da vacina. Pode ser recomendado fazer dose de reforço aos 4 anos;

• A partir dos 2 anos de idade: Dose única da vacina. Pode ser recomendado fazer dose de reforço aos 4 anos;

• Mais de 5 anos sem nunca ter tomado nenhuma dose: Tomar a 1º dose e fazer reforço após 10 anos;

• Acima de 60 anos: Avaliar cada caso com o médico.

Este imunizante não é recomendada nos seguintes casos:

• Crianças com menos de 6 meses, devido à imaturidade do sistema imune, além de haver maior risco de reações neurológicas e maior chance da vacina não ter efeito;

• Pessoas acima dos 60 anos, pelo fato do sistema imunológico já estar mais enfraquecido devido à idade, o que aumenta a chance da vacina não funcionar e de acontecer reações;

• Durante a gravidez, é recomendado somente em caso de epidemia e após liberação do médico. No caso das gestantes que moram em regiões com maior risco de febre amarela, é recomendado que a vacina seja administrada durante o planejamento da gestação, caso a mulher não tenha sido imunizada na infância;

• Mulheres que estejam amamentando bebês com menos de 6 meses, para evitar reações graves;

• Pessoas portadoras de doenças que enfraquecem o sistema imune, como câncer ou infecção pelo vírus HIV, desde que sintomáticos e com imunossupressão grave comprovada por exame laboratorial;

• Tratamento com corticoides, imunossupressores, quimioterapia ou radioterapia, já que também diminui a eficiência do sistema imune;

• Pessoas que foram submetidas a transplante de órgãos;

• Portadores de doenças autoimunes, como o Lúpus Eritematoso Sistêmico e a Artrite Reumatoide, por exemplo, também interferem na imunidade.

Além disso, pessoas que possuem histórico de reações alérgicas graves ao ovo ou gelatina, também não devem tomar a vacina. Portanto, este público que não pode tomar a vacina contra a Febre Amarela deve tomar algumas atitudes para evitar o contato com o mosquito, como, por exemplo, uso de calças e blusas de manga comprida, repelentes e mosquiteiros.

Leptospirose

É uma doença infecciosa causada por uma bactéria chamada Leptospira presente na urina de ratos e outros animais, transmitida ao homem principalmente nas enchentes. Bovinos, suínos e cães também podem adoecer e transmitir a leptospirose ao homem.

Como se transmite: Em situações de enchentes e inundações, a urina dos ratos, presente em esgotos e bueiros, mistura-se à enxurrada e à lama das enchentes.

Qualquer pessoa que tiver contato com a água das chuvas ou lama contaminadas poderá se infectar. As leptospiras presentes na água penetram no corpo humano pela pele, principalmente se houver algum arranhão ou ferimento. O contato com água ou lama de esgoto, lagoas ou rios contaminados e terrenos baldios com a presença de ratos também podem facilitar a transmissão da leptospirose. Veterinários e tratadores de animais podem adquirir a doença pelo contato com a urina de animais doentes ou convalescentes.

O tratamento é baseado no uso de medicamentos e outras medidas de suporte, orientado sempre por um médico, de acordo com os sintomas apresentados. Os casos leves podem ser tratados em ambulatório, mas os casos graves precisam de internação hospitalar. A automedicação não é indicada, pois pode agravar a doença.

Para seu controle, são necessárias medidas ligadas ao meio ambiente, tais como obras de saneamento básico (abastecimento de água, lixo e esgoto), melhorias nas habitações humanas e o combate aos ratos. Deve-se evitar o contato com água ou lama de enchentes e impedir que crianças nadem ou brinquem nessas águas ou outros ambientes que possam estar contaminados pela urina dos ratos. Pessoas que trabalham na limpeza de lamas, entulhos e desentupimento de esgoto devem usar botas e luvas de borracha (se isto não for possível, usar sacos plásticos duplos amarrados nas mãos e nos pés).

O hipoclorito de sódio a 2,5% (água sanitária) mata as leptospiras e deverá ser utilizado para desinfetar reservatórios de água (um litro de água sanitária para cada 1.000 litros de água do reservatório), locais e objetos que entraram em contato com água ou lama contaminada (um copo de água sanitária em um balde de 20 litros de água). Durante a limpeza e desinfecção de locais onde houve inundação recente, deve-se também proteger pés e mãos do contato com a água ou lama contaminadas.

Dentre as medidas de combate aos ratos, deve-se destacar o acondicionamento e destino adequado do lixo e o armazenamento apropriado de alimentos. A desinfecção de caixas d’água e sua completa vedação são medidas preventivas que devem ser tomadas periodicamente. As medidas de desratização consistem na eliminação direta dos roedores através do uso de raticidas e devem ser realizadas por equipes técnicas devidamente capacitadas.

A pessoa que apresentar febre, dor de cabeça e dores no corpo, alguns dias depois de ter entrado em contato com as águas de enchente ou esgoto, deve procurar imediatamente o Centro de Saúde mais próximo. A leptospirose é uma doença curável, para a qual o diagnóstico e o tratamento precoces são a melhor solução.

Dengue

É uma doença febril grave causada por um arbovírus. Arbovírus são vírus transmitidos por picadas de insetos, especialmente os mosquitos. Existem quatro tipos de vírus de dengue (sorotipos 1, 2, 3 e 4). Cada pessoa pode ter os quatro sorotipos da doença, mas a infecção por um sorotipo gera imunidade permanente para ele.

O transmissor (vetor) da dengue é o mosquito Aedes aegypti, que precisa de água parada para se proliferar. O período do ano com maior transmissão são os meses mais chuvosos de cada região, mas é importante manter a higiene e evitar água parada todos os dias, porque os ovos do mosquito podem sobreviver por um ano até encontrar as melhores condições para se desenvolver.

Todas as faixas etárias são igualmente suscetíveis, porém as pessoas mais velhas têm maior risco de desenvolver dengue grave e outras complicações que podem levar à morte. O risco de gravidade e morte aumenta quando a pessoa tem alguma doença crônica, como diabetes e hipertensão, mesmo tratada.

Os principais sintomas da dengue são febre alta: 38.5ºC, dores musculares intensas, dor ao movimentar os olhos, mal estar, falta de apetite, dor de cabeça, manchas vermelhas no corpo.

No entanto, a infecção por dengue pode ser assintomática (sem sintomas), leve ou grave. Neste último caso pode levar até a morte. Normalmente, a primeira manifestação da dengue é a febre alta (39° a 40°C), de início abrupto, que geralmente dura de dois a sete dias, acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, além de prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupção e coceira na pele. Perda de peso, náuseas e vômitos são comuns. Em alguns casos também apresenta manchas vermelhas na pele.

Na fase febril inicial da dengue, pode ser difícil diferenciá-la. A forma grave da doença inclui dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes e sangramento de mucosas. Ao apresentar os sintomas, é importante procurar um serviço de saúde para diagnóstico e tratamento adequados, todos oferecidos de forma integral e gratuita por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).

São sinais de alerta: dor abdominal intensa e contínua, ou dor à palpação do abdome, vômitos persistentes, acumulação de líquidos (ascites, derrame pleural, derrame pericárdico), sangramento de mucosa ou outra hemorragia, aumento, progressivo do hematócrito, queda abrupta das plaquetas.

A dengue é transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti. Após picar uma pessoa infectada com um dos quatro sorotipos do vírus, a fêmea pode transmitir o vírus para outras pessoas. Há registro de transmissão por transfusão sanguínea.

Não há transmissão da mulher grávida para o feto, mas a infecção por dengue pode levar a mãe a abortar ou ter um parto prematuro, além da gestante estar mais exposta para desenvolver o quadro grave da doença, que pode levar à morte. Por isso, é importante combater o mosquito da dengue, fazendo limpeza adequada e não deixando água parada em pneus, vasos de plantas, garrafas, pneus ou outros recipientes que possam servir de reprodução do mosquito Aedes aegypti.

Em populações vulneráveis, como crianças e idosos com mais de 65 anos, o vírus da dengue pode interagir com doenças pré-existentes e levar ao quadro grave ou gerar maiores complicações nas condições clínicas de saúde da pessoa.

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