Réu perde o cargo público de tabelião e não poderá recorrer em liberdade; decisão encerra julgamento que durou quase 30 horas
Após quase 30 horas de julgamento, o Tribunal do Júri de Imbituba condenou, na madrugada desta sexta-feira (5), o homem acusado de matar a jovem Isadora Viana Costa, em maio de 2018.
A pena foi fixada em 12 anos de prisão em regime fechado, além da perda do cargo público de tabelião ocupado pelo réu. O Conselho de Sentença acolheu integralmente a denúncia do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), que comprovou a prática de homicídio qualificado por feminicídio.
Os promotores Patricia Zanotto e Geovani Werner Tramontin ressaltaram a importância da decisão como resposta à violência contra a mulher.
Segundo a acusação, após uma discussão motivada pelo consumo de drogas, o réu agrediu Isadora, provocando ferimentos que resultaram em sua morte. Laudos periciais descartaram a hipótese de overdose. Mesmo diante da gravidade das agressões, ele demorou a chamar socorro, o que agravou o quadro da vítima.
Durante o julgamento, amigas relataram que Isadora vivia em constante medo do comportamento do acusado. Delegados e peritos confirmaram elementos técnicos que sustentaram a condenação.
Em meio à dor, familiares receberam a decisão com um misto de alívio e tristeza.
A irmã gêmea, Mariana, desabafou: “A Isadora era a minha melhor amiga, e eu nunca mais vou ter ela na minha vida. É uma dor que vai ficar para sempre.”
O pai, Rogério, declarou: “Contente eu não vou estar, mas com a consciência aliviada, o coração um pouco mais leve para tentarmos recomeçar.”
A mãe, Cibelle, agradeceu ao MPSC e afirmou: “Minha dor nunca mais vai embora, vou conviver o resto da vida com a falta da minha filha, mas o nome e a história dela foram honrados.”
O salão do júri ficou lotado durante os dois dias de sessão. O condenado não poderá recorrer em liberdade e já foi encaminhado ao presídio para início do cumprimento da pena.
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