Mais de duas mil pessoas participam de mobilização histórica em Jaguaruna; parlamentares defendem mudanças urgentes na gestão da área protegida
A cidade de Jaguaruna foi palco, na noite da última quinta-feira (17), de uma das maiores mobilizações populares já vistas no Sul de Santa Catarina em torno da revisão da Área de Proteção Ambiental (APA) da Baleia Franca. A Audiência Pública da Câmara dos Deputados, convocada pela deputada federal Geovânia de Sá (PSDB), reuniu mais de duas mil pessoas e uma ampla representação política da região.
Durante o encontro, lideranças locais reforçaram críticas ao modelo atual de gestão da APA, apontado como distante da realidade socioeconômica das comunidades costeiras. Diversos discursos pediram a revisão dos limites da área e, em alguns casos, defenderam abertamente a extinção da APA, considerada um obstáculo ao desenvolvimento econômico, à pesca artesanal e ao turismo.
“Não se trata de ser contra o meio ambiente e as baleias, mas de sermos a favor das pessoas que vivem aqui e que nunca foram ouvidas”, destacou a deputada Geovânia de Sá, que liderou os trabalhos da audiência.
Estiveram presentes no evento o senador Esperidião Amin, os deputados federais Coronel Armando e Ricardo Guidi, os deputados estaduais Wolnei Weber e José Milton Schaffer, além dos prefeitos Peterson Crippa (Laguna), Laerte Silva dos Santos (Jaguaruna) e Castilho Vieira (Sangão). Vice-prefeitos e vereadores de outros municípios também participaram, reforçando o apelo por mudanças urgentes.
A audiência pública não foi apenas um espaço de escuta, mas um recado direto ao governo federal e ao ICMBio, responsável pela gestão da APA. Os parlamentares se comprometeram a levar as demandas da população ao Congresso Nacional e ao Executivo Federal, cobrando respostas efetivas.
Com apoio popular e político, a audiência marca um novo e decisivo capítulo na luta por justiça socioambiental nas comunidades afetadas pela APA da Baleia Franca. Para os moradores da região, o debate não se resume à conservação: trata-se de garantir dignidade, sobrevivência e autonomia às populações que vivem do mar e do turismo.